(84) 2020-4358 • contato@sindern.com.br
No início de janeiro, no norte de Minas Gerais, eram pouco mais de 20 casos suspeitos de Febre Amarela, uma doença que já foi o principal problema de saúde pública no Brasil até o século XIX. Com o crescimento da escalada de casos – que mata cerca de metade dos pacientes graves por complicações renais, hepáticas e hemorrágicas – a doença voltou a chamar a atenção das autoridades de saúde e de especialistas. Eles temem que o vírus – da mesma família dos que causam dengue, zika e chikungunya – volte a assolar as cidades nas asas de um velho conhecido dos brasileiros, o mosquito Aedes aegypti.
A melhor maneira de evitar a reurbanização da doença é a vacina. Para a maior parte do território brasileiro, há a recomendação de que os moradores dessas regiões – ou de quem viaja para lá – sejam imunizados com duas doses, com intervalo de dez anos. As crianças são vacinadas aos 9 meses e aos 4 anos. Em 2001, o Ministério da Saúde determinou como meta vacinar 100% da população das áreas endêmicas. A cobertura nas cidades do surto atual, em uma área de transição entre áreas endêmicas e de risco potencial, é menor. Em algumas, como Itambacuri, na região de Teófilo Otoni, Minas Gerais, a cobertura em 2016 estava em 71%, insuficiente. Em áreas do país em que não há recomendação para a vacina, estima-se ser menor.
Como não há indício de que o Aedes esteja por trás dos novos casos, não se indica vacinação emergencial fora das áreas recomendadas. A vacina é segura, mas eventos adversos graves podem acontecer em uma a cada 400 mil doses. Não se recomenda a vacina para menores de 6 meses, gestantes e pessoas com imunidade comprometida.
Fonte da Matéria: Época