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07.03.2018

Enfermeiros dos hospitais privados e estabelecimentos de saúde vão a dissídio


Na terceira audiência mediada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), realizada nesta terça-feira (6), em Natal, a intransigência dos hospitais privados e estabelecimentos de saúde levou a Negociação Coletiva 2018 a um impasse, que agora resultará no Dissídio Coletivo. 

O Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio Grande do Norte (SINDERN) realizou duas assembleias antecedendo a audiência. Em ambas, a categoria saiu das unidades e manifestou sua indignação no MTE, em duas das maiores participações da categoria dos últimos tempos. Os enfermeiros usaram roupas pretas para marcar seu protesto.

A decisão unânime foi de rechaçar a proposta patronal, que retira direitos conquistados ao longo dos anos e prevê reajuste salarial de apenas 3%. 

O Sindicato foi autorizado a fazer uma última proposta de conciliação e, como não houve acordo, lamentavelmente a deliberação será o encaminhamento ao dissídio (instaurado quando não ocorre um acordo na negociação direta entre sindicatos e empregadores). 

“Iremos aprovar, também, uma agenda de mobilizações nas ruas e nas redes sociais para denunciar a postura patronal de desvalorização dos enfermeiros”, disse Luciano Cavalcanti, presidente do SINDERN. 

Ouvidos de mercador

Na audiência no MTE, o sindicato patronal fez nova proposta de reajuste salarial pela inflação, sem aumento real. Diante do fato apresentado, o presidente do SINDERN apelou para a sensibilidade patronal, considerando as propostas extremamente fora da realidade. O representante do Sindicato das empresas, Dr. Daybson Rafael, no entanto, sequer se dispusera em abrir a possibilidade para uma nova consulta ao segmento empresarial. “Não estou autorizado abrir mão da nossa contraproposta”, disse Rafael, manifestando ao Mediador que estava posto o impasse.

O presidente do SINDERN, Luciano Cavalcanti, reconheceu que o dissídio não é bom para os enfermeiros, que sofrerão com a defasagem salarial, mas alertou ao presidente do sindicato patronal que isso é pior ainda para os hospitais e estabelecimento de saúde. 

“Uma coisa é um hospital ou grupo econômico ter que pagar as diferenças salariais de um longo período quando sair a decisão judicial, outra coisa são as clinicas e as pequenas empresas de saúde que vão ter que pagar a conta por irmos ao dissídio”, disse.

Após a mediação e assinatura da ata, a assessoria jurídica do SINDERN foi orientada a preparar o processo de dissídio, arrolando também os hospitais privados e estabelecimentos de saúde, que mais uma vez não compareceu na audiência.

 

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